Ainda não tinha tido a oportunidade de o dizer, mas o debate parlamentar ontem sobre a revisão do Estatuto do Trabalhador-Estudante foi muito pobre. O assunto merecia melhor tratamento por parte dos diversos Partidos.
publicado por Pedro Vaz às 20:54
Há quem seja fora-da-lei, depois há aqueles que se acham acima da Lei.
Não é inédito vermos as Ordens Profissionais acharem-se mais inteligentes, mais espertos e que estão acima da Lei que se aplicam aos outros, porque a elas (ordens) não.
Depois, ainda, assistimos a declarações, no mínimo infelizes, como a do bastonário da Ordem dos Médicos, que ainda se acha cheio de razão e que tudo isto - o facto do Ministério da Saúde soliciar à OM a alteração do Código Deontológico dos Médicos no que diz respeito ao Aborto - é uma violação do espaço jurídico da OM.
Mais, o Bastonário afirma que o Miistério da Saúde quer impôr uma moral aos médicos, quando é precisamente o contrário. Haja decoro.
O Referendo à IVG já foi. Ganhou o SIM. É vergonhosa esta tentativa de inverter a vontade soberana do povo português com estes expedientes infelizes.
Ainda há tanto para mudar nesta sociedade. Uma delas é por as Ordens na Ordem.
publicado por Pedro Vaz às 19:36
Hoje a CGTP foi para a rua outra vez. Queria aproveitar o facto de se realizar a CIG em Lisboa e quis mostrar presença e trabalho. Não coloco em causa o direito da CGTP e de qualquer sindicato se manifestar, fazer greve, etc.. Entendo que qualquer sindicato ou central sindical deve usar dos meios que a democracia coloca ao seu dispôr para defender os interesses que considere legítimos defender. No entanto, fico cada vez mais triste com a realidade sindical do nosso país e com a instrumentalização de trabalhadores e reformados para política partidária.
O que aconteceu hoje é ilustrativo. Enquanto a CGTP esteve na rua a manifestar-se. As restantes centrais sindicais europeias assinavam acordos de concertação social com a UE e com esta Presidência. Onde, e a meu ver bem, deixaram plasmados no acordo os pressupostos e as bases para a evolução do modelo social europeu.
Não vou estar aqui a dissertar sobre os méritos e deméritos da flexigurança (e não flexissegurança como erradamente muita gente diz), entendo é que não faz sentido as centrais sindicais adoptarem a estratégia do querer ficar à margem e não terem a atitude responsável de influenciarem as decisões e trabalharem para o modelo social europeu que queremos todos que seja mais reforçado e que consiga dar resposta ao ataque liberal da economia de mercado. A CGTP não entende as coisas assim.
É triste ver o PCP por trás de tudo isto. Com as suas células de trabalho espalhadas pelo país a apelarem à participação dos trabalhadores nesta manifestação e tentarem usar isso contra o Governo.
Aliás, temos visto a forma pouco correcta e nobre como perseguem o Primeiro-Ministro por todo o país. É triste ver pessoas, cuja carreira profissional é ser funcionário sindical, assumirem a defesa dos professores, quando se calhar nunca deram uma só aula, como é o caso do Secretário-Geral da FENPROF. Enfim...
Talvez seja por este tipo de coisas que cada vez mais nestas manifestações vemos reformados e não trabalhadores e jovens. O nosso sindicalismo está em crise. O nosso sindicalismo não quer evoluir e é já uma força conservadora e de reacção.
Assim não vamos lá
publicado por Pedro Vaz às 19:15